4G durante Copa � jogada de marketing, dizem especialista

Publicada em 06 de Maio de 2014 �s 10h50

Sistema 4G ainda engatinha no Brasil Imagem: Reprodu��o/AFPSistema 4G ainda engatinha no Brasil Alardeada pelos organizadores e as operadoras como o grande diferencial de telecomunica��es da Copa do Mundo, a utiliza��o do 4G, (quarta gera��o de tecnologia de acesso � internet m�vel) durante o Mundial � muito mais uma jogada de marketing do que uma possibilidade real, dizem especialistas ouvidos pela BBC Brasil. Embora seja de fato uma tecnologia moderna e r�pida, que aumenta em mais de dez vezes a velocidade do acesso � internet em smartphones e tablets, o 4G ainda n�o � difundido no Brasil - estando dispon�vel em apenas 105 munic�pios, cobrindo 37,2% da popula��o, contra 3.598 cidades atendidas pelo 3G, o que equivale a 90,8% dos brasileiros. Os dados s�o de fevereiro deste ano, da consultoria Teleco - compilados a partir dos informes regulares da Anatel. saiba mais Setor de radiodifus�o est� preocupado com interfer�ncia do 4G Governo prorroga at� 4 de maio as contribui��es para 4G em 700 MHz Oi prev� lan�ar 4G em S�o Paulo no 1� trimestre de 2013 Operadora far� "degusta��o de 4G" na Rio+20 Ap�s leil�o, 4G vai atrair primeiro os consumidores mais ricos Leia mais sobre Tecnologia 4G Al�m disso, os aparelhos ainda s�o muito caros, e poucos pa�ses utilizam a mesma frequ�ncia que o Brasil adota no momento, a de 2,5 GHz. "Foi mais uma jogada de marketing mesmo, em que se quis apresentar o Brasil como um pa�s moderno. Para as operadoras � um momento �mpar, ter os olhos do mundo todo voltados para c�, e dos brasileiros tamb�m, claro", disse Eduardo Tude, engenheiro de telecomunica��es e presidente da consultoria Teleco. Quanto ao legado, ele diz que tamb�m � irreal achar que a Copa tinha o potencial para melhorar a tecnologia 4G, j� que se trata de uma novidade mundial, e que j� se consolidou, de fato, em apenas tr�s pa�ses: Estados Unidos, Coreia do Sul e Jap�o. "Na Europa a maioria dos pa�ses ainda est� em fase de implanta��o semelhante � nossa. Ainda s�o poucos aparelhos habilitados e os telefones capazes de operar ainda s�o caros", acrescentou. Jo�o Moura, presidente da TelComp (Associa��o Brasileira das Prestadoras de Servi�os de Telecomunica��es Competitiva), que re�ne 50 empresas do setor, concorda. "N�o � exagero se falar em jogada de marketing. Tem a ver sim. Mesmo nos pa�ses desenvolvidos ainda n�o � uma regra, e sim a exce��o. Ent�o realmente � uma boa oportunidade de marketing para a ind�stria como um todo. Um lan�amento, um momento �nico para os fabricantes, as operadoras, os primeiros usu�rios, ou first adopters", explicou. Ele diz que, de fato, se as redes 4G funcionarem perfeitamente, quem estiver com um celular habilitado a essa tecnologia deve se sentir como um passageiro de primeira classe. "Pode-se dizer que nos est�dios vai ser como uma primeira classe e a econ�mica. Quem estiver com um celular 4G ter� conforto, rapidez, e quem estiver usando a rede 3G vai ficar num aperto, na classe econ�mica superlotada. Os dois devem chegar no mesmo destino? Sim, mas em situa��es muito diferentes", afirmou. Diferentes frequ�ncias Quanto aos estrangeiros, � dif�cil dizer com certeza quem poder� ou n�o usar a rede 4G no Brasil, devido �s diferen�as de bandas (faixas de frequ�ncia usadas para transmitir o sinal). Americanos e japoneses, por exemplo, certamente n�o conseguir�o usar, e ter�o que valer-se da rede 3G. J� entre os europeus, um mesmo pa�s pode ter operadoras que usam a mesma frequ�ncia do Brasil e outras que utilizam bandas diferentes, segundo dados da 4G Americas, institui��o que promove o uso da tecnologia no continente. No Reino Unido, por exemplo, celulares da Vodafone podem operar em 2,6 GHz, semelhante � frequ�ncia do Brasil. J� O2, Orange e T-Mobile operam em frequ�ncias diferentes. Na Espanha, a grande maioria dos donos de celulares 4G poder� utilizar o sistema no Brasil, mesmo caso dos holandeses e franceses. J� os alem�es e italianos ter�o que consultar suas operadoras. Bob Caloff, presidente do 4G Americas, disse que na Am�rica Latina o servi�o ainda est� em fase de implanta��o, e que de 213 milh�es de conex�es banda larga m�veis, apenas 2 milh�es j� s�o 4G. "O Brasil tem uma posi��o de lideran�a, e creio que a Copa do Mundo deu um empurr�o comercial para que o pa�s se mantenha nesta posi��o no que diz respeito � introdu��o do 4G", declarou. Quanto � Copa passada, na �frica do Sul, Caloff acredita que o mundo deu um salto tecnol�gico no setor. "N�o tem compara��o. Quatro anos atr�s n�o se usava tanto a internet nos celulares. Hoje em dia todos dentro dos est�dios ter�o um status update em alguma rede social, uma foto para compartilhar, um v�deo para enviar. � o mundo em que vivemos hoje em dia, n�o se pode voltar atr�s", decretou.

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Fonte: Vooz �|� Publicado por:

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