A Avenida Raul Lopes ficou mais colorida neste domingo (2) durante a 17ª Parada da Diversidade. Milhares de pessoas se reuniram no entorno da Ponte Estaiada, na Zona Leste de Teresina, para comemorar a luta contra a homofobia e a intolerância. A organização do evento espera que cerca de cem mil pessoas compareçam ao evento.
“Acreditamos que pela quantidade de caravanas do interior do estado e dos estados do Maranhão e do Ceará que vieram, nós ultrapassaremos o público das paradas de 2013 e 2015”, comentou Marinalva Santana, coordenadora do Grupo Matizes, que organiza a Parada da Diversidade em Teresina. “A cada ano a parada cresce”, comemora.
Para a comunidade LGBTI, a Parada é a festa de encerramento dos trabalhos da Semana da Diversidade, em que são realizadas diversas ações e debates em prol dos direitos e da formação de uma rede de apoio LGBTI.
Homenagem às drag queens
A 17ª Parada da Diversidade homenageou as drag queens de todo o Piauí. São artistas que criam personagens com características próprias e encantam em apresentações de canto e dança.
“Nada mais é que minha arte. Atravésda minha arte de me montar e da minha dança eu posso mostrar minha identidade. Por isso é tão importante para mim”, explicou a drag queen Vallery Bloomberg, eleita Drag da Parada da Diversidade 2018.
Quem comandou o som da foi a drag queen DJ Troian. "Eu estou muito feliz, muito emocionada pelo convite, por este reconhecimento. Estou curtindo muito, mesmo com esse calor aqui! A festa está só começando!", disse.
Entre as atrações da Parada da Diversidade 2018 se destaca a drag queen Chandelly Kidman, que já virou heroína de histórias em quadrinhos ao ajudar crianças com câncer em um hospital de Teresina. O palco principal do evento homenageou Samanta Menina, personagem do artista Fernando Freitas, pioneiro no Piauí. A atração principal do evento é a cantora Pabllo Vittar.
Religiosidade e tolerância
Segundo Marinalva Santana, o objetivo do evento é dialogar com a sociedade e combater a intolerância contra a comunidade LGBT. Para o ano de 2018, de acordo com a organizadora, essa luta alcançou a esfera religiosa.
“O grande momento da parada é a ampliação de um ato pela paz, contra as intolerâncias, que contou com a participação dos terreiros de candomblé e umbanda, de representantes da doutrina espírita e da Igreja Batista”, comentou.
Eufrasina de Iansã, mãe de santo de Umbanda foi uma das representantes de religiões que compareceram à Parada da Diversidade. “Somos uma religião mãe. A umbanda tem um acolhimento muito grande”, disse. Segundo a religiosa, é preciso saber respeitar todas as formas de amar. “Eles são maravilhosos, são pessoas do bem, que trabalham, que têm sua vida, e merecem respeito como qualquer outro”, disse.
A 17º Parada da Diversidade terá shows da banda Bia e os Becks, da DJ Troian e apresentações de Chandelly Kidman e Benício Bem. A cantora Pabllo Vittar encerra a festa na Avenida Raul Lopes.